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segunda-feira, 25 de outubro de 2010

As três cruzes

Há três cruzes no Calvário: A cruz à direita – zombaria. “Se tu és o Cristo, salva-te a ti mesmo e a nós” (Lc 23:39).

A cruz à esquerda – arrependimento e fé: “e disse a Jesus Senhor: lembra-te de mim quando entrares no teu reino” (Lc 23:42).
E a cruz do centro – sofrimento vicário: o sofrimento de nosso Senhor por nós.

Hoje ainda há três cruzes: os que zombam do evangelho, desconhecendo ser o Poder de Deus para a salvação do que crê (Rm 1:16). Não sabendo que não há outro meio de aproximação a Deus, senão por Ele: Jesus. Zombar é sinal de ignorância, de prova cabal de falta de conhecimento. Zombar é sinal de inferioridade. De baixeza. Zombar do evangelho é zombar do próprio Senhor Jesus, que o instituiu. É Ele o fundador do cristianismo. Jesus deu Sua vida ali no Gólgota, deixando assim o selo máximo de seu amor pelos perdidos, através do Evangelho. Aceitar o evangelho, a graça de Deus revelada em Jesus, é compenetrar-se do seu estado lastimável diante de Deus em arrependimento. A maior prova de arrependimento é a renúncia própria. É deixar de praticar os delitos de antes, aceitando a graça de Deus pela fé. E a fé vem de Deus, o homem por si só não pode ter fé.


Fé é uma graça subjetiva: Deus em nós, enquanto que a cruz é uma graça objetiva: Deus por nós.

Fé é Graça. Dom de Deus. Ninguém tem mais fé por ser mais simpático ou bonzinho. E ninguém tem menos fé por ser antipático ou feio. Fé é Deus em nós. O ladrão da cruz arrependeu-se e com fé declarou: “e nós, na verdade, com justiça, porque recebemos o que nossos feitos mereciam: mas este (referindo-se a Jesus, nenhum mal fez)” (Lc 23:41). Com o efeito do arrependimento ele já repreendera o outro impenitente, que não aceitou o perdão do Senhor, rejeitando a salvação. Diz o texto: “tu nem ainda temes a Deus estando na mesma condenação” (Lc 23:40). A pessoa salva movida pelo efeito do arrependimento procura levar outras pessoas ao arrependimento, à salvação.

Aquele malfeitor, agora salvo, tornou-se num átimo pregador do evangelho: diante do que rejeitara e de toda a multidão. Mesmo sem ter cursado um seminário, ele evangelizou. E o Senhor afirma-lhe enfaticamente: “em verdade te digo que hoje estarás comigo no paraíso” (Lc 23:43).

Agora, a cruz de Cristo. Cruz impar; porque não tem par, mesmo no meio de muitas cruzes. Cruz de verdade, não de mentira. Cruz que foi instrumento de suplício. Rude. Grosseira. Duas peças de madeira atravessadas uma sobre a outra. Manchada de sangue. Cruz igual a qualquer outra destinada ao mesmo fim: “e, quando chegaram ao lugar chamado caveira, o crucificaram...” (Lc 23:33). A cruz, que para os judeus é escândalo e os gregos consideravam-na na loucura. E, para Deus o crucificado era maldito: “maldito todo aquele que for pendurado no madeiro” (Dt 21:23).

A cruz de Cristo foi, assim, suplicio e maldição. Mais, porém do que qualquer outra. Porque quanto ao suplício Ele não merecia. Por ser inocente? Não. Por ser santo. Imaculado. E quanto à maldição – Ele se fez por nós. Por todos nós. Maldição não de um, mas de todos os homens.

Aceitemos então o Seu sofrimento em nosso lugar. Por nós!

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Jesus

Quem é Jesus? Um menino de doze anos entre os doutores da lei perguntando e respondendo perguntas de difícil resposta. Os doutores boquiabertos não sabiam de onde lhe vinha tamanha sabedoria. Doze anos!!! Mais tarde numa carpintaria fazendo móveis, bancos, cadeira, e quase posso ver um freguês daqueles bem chatos: ‘me parece que esse móvel tem defeito’. Imagina, o criador do Universo fazendo um pequeno móvel para alguém sentar. Que moveis lindos seriam. Os melhores, jamais vistos. Verdadeira obra prima! Mas, quem é Jesus? Caminhando pelas praias da Galiléia convidando as pessoas para a realização de uma obra grande: salvação de almas. Convida um aqui, outro ali... “vinde e vos farei pescadores de almas”. Que convite! Resgatar vidas. Dar-lhes vida! Ele disse: “Eu sou o caminho a verdade e a vida” (Jo 14:06).

Vida na acepção da palavra. Zoe: vida de Deus. O Homem sem Deus está morto, ainda que ambulante. Jesus veio trazer-nos de volta à comunhão com Deus. Comunhão perdida ali no Éden, quando o primeiro casal desobedeceu a palavra do Senhor. Deus disse não faça isto e eles o fizeram. Que lástima: por causa da desobediência entrou no mundo toda a sorte de males, acidentes, catástrofes, doença, miséria. Mas Jesus veio para mudar esta situação.

Quem é Jesus? Uma vez foram para prende-Lo. O comandante pergunta aos seus soldados: “Por que o não trouxestes?”. Resposta dos soldados: “Nunca homem algum falou-nos como Ele”. Esse é Jesus!! Veio para buscar e salvar o que se havia perdido. Lá na cruz, Ele salva o mais penitente e aos que não queriam salvação: “Pai, perdoa-lhes porque não sabem o que fazem”. Ele veio para o que era seu, mas os seus não O receberam, mas a todos quantos O receberam deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber: os que creem no Seu nome
. Amém.

domingo, 10 de outubro de 2010

Tribulação

O termo grego ‘peirasmo’ aqui traduzido por provação, é a palavra geralmente usada para indicar tentação.

Há pessoas que se não forem atribuladas, afligidas, não se emendam. Não se corrigem. O salmista assim declara: “Antes de ser afligido andava errado, mas agora, guardo a tua palavra” (Sl 119:67). A tribulação parece-nos inconveniente, mas através dela muita gente se conserta. O Salmista, em seu próprio dizer, andava errado..., como sem rédea, sem destino. Tribulação em nosso dicionário quer dizer grande aflição, infortúnio... mas, Deus se vale dela para corrigir os seus filhos.

Infortúnio quer dizer infelicidade, desventura, desgraça. Mas, tudo isso só nos vem para o nosso próprio bem! É passageiro, fugaz. De curto prazo. Só o necessário para que nos compenetremos no nosso erro. A tribulação aparece-nos de muitas maneiras: sempre com um só escopo. Alguém já disse que ‘no vale escuro, achei-me a sós com Deus’; sim, nas horas mais difíceis é que nos achegamos mais a Ele. Há, em um hinário, muito usado nosso, um hino cuja estrofe versa “...os mais belos hinos e poesias foram escritos em tribulação e do céu as lindas melodias se ouviram na escuridão” (Hc 126). Deus, as vezes, permite a tribulação a fim de que O busquemos com mais veemência. É plano dEle! Em ocasião de apertos, ele descobre os seus erros e perfídias. O aperfeiçoamento da vida cristã se dá na provação. Tiago diz que é bem aventurado o varão que sofre a provação.

“Antes de ser afligido andava errado”. Realmente em aflição, quando cercados por todos os lados, o cristão verdadeiro acha um escape para cima, para Deus. “Elevo os meus olhos para os montes, de onde me virá o socorro? O meu socorro vem do Senhor, que fez o céu e a terra” (Sl 121: 1,2). A tendência é logo, buscar a Deus. Resulta disso que devemos dar graças a Deus pelas tribulações; pois, nelas temos o ensino divino.

O salmista conclui: “foi-me bom ter sido afligido para que aprendesse os teus estatutos” (Sl 119:71). Aprendemos muito em tribulação. “Bem aventurado o varão que sofre a tentação, porque quando for provado, receberá a coroa da vida, a qual o Senhor tem prometido aos que O amam” (Tg 1:12). De formas diversas tem Deus nos admoestado e ensinado; mas, só aprendemos pelo meio mais rude: na tribulação.

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Liberdade

“Não me roubes a minha liberdade...
Quero voar! Voar!
Estas cousas o pássaro diria,
Se soubesse falar,
E tua’lma, criança, tremeria,
Vendo tanta aflição:
E tua mão tremendo lhe abriria
A porta da prisão...”
(Olavo Bilac)

Ocorreu com os israelitas. Estavam presos. E cativos. No Egito. “Vem agora, pois, e eu te enviarei para Faraó para que tireis o meu povo do Egito” (êxodo 3:10). Deus falara com Moisés na Sarça ardente do Sinai. Sinai era o monte santo onde Deus, através de Moisés, falava ao povo. Monte temível. Cuja austeridade é assustadora: nem se podia nele tocar! Moisés julgava-se incapaz da missão. “Quem sou eu, que vá a Faraó e tire do Egito os filhos de Israel” (êxodo 3:11). Aos olhos humanos seria impossível; mas, para Deus, tudo é possível. Moisés talvez pensasse: “quem crerá que eu sou o enviado de Deus para a sua libertação”. Embora o povo israelita (o povo de Deus) orava sem cessar a Deus pedindo um libertador. Deus disse a Moisés: “tenho visto atentamente a aflição de meu povo, que está no Egito, e tenho ouvido o seu clamor por causa dos seus exatores, porque conheci as suas dores” (êxodo 3:07). Agora Moisés teria de ir, o que de fato aconteceu. Moisés pelo poder de Deus tirou do Egito, o povo israelita. No Egito havia escravidão. No Egito há dores atrozes. Não há, no Egito, salvação. Deus precisara enviar ao Egito a salvação. Hoje, ocorre o mesmo; muitos encontram-se no Egito deste mundo. Escravos. Presos. Sem liberdade.
Estar no Egito é estar no mundo de vícios, de pecados..., escravo de tudo. “Há preso livre e a livre preso” dizia alguém em uma prisão. Esse alguém estava preso em um cárcere, mas sentia-se livre, pois no cárcere, havia aceitado a ajuda de seus salvador Jesus. O povo de Israel, para se libertar,precisava da ajuda de Moisés. Nos dias hodiernos, os que encontram-se presos necessitaram de um único e todo suficiente salvador – Jesus Cristo, o Filho de Deus. Alguém diria: “Preso como?” pois bem, a bíblia nos diz que aquele que comete pecado é servo do pecado. Logo, está preso pelo pecado. Então, precisamos de um libertador. “E conhecereis a verdade e a verdade vos libertará” (João 8:32). “que é a verdade?” foi a pergunta de Pilatos a Jesus. Jesus disse: “ se pois o Filho vos libertar, verdadeiramente series livres” (João 8:36). Jesus é a verdade. “Eu sou o caminho, e a verdade e a vida” (João 14:6).
Liberdade só em Jesus!!!