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domingo, 30 de novembro de 2014

Redondas como os mundos

Foi o poeta português A. Correia de Oliveira que disse:

São um universo
De dor e são redondas como os mundos
”.

De fato: o que há de impressionante numa lágrima é o tamanho. Tamanho de uma gota. De uma gota apenas. Mas, onde cabe um mundo de dor. Ou um universo de dor, como escreveu o poeta. Microcosmos. É possível que em tão pouco espaço possa caber a dor de um pai humilhado pela traição do filho? Aconteceu com Davi, rei de Israel, seu Absalão conspirou e conseguiu despojá-lo do trono. Davi, descalço, a cabeça coberta, entrou em Jerusalém, subindo o Monte das Oliveira e chorando. O povo seguia-o chorando também – que dor haveria maior que essa, que cabe numa lágrima?
Jesus cruzando com um acompanhamento fúnebre. Atrás do esquife uma mulher chora, desgrenhada, a morte do filho, até que Jesus lhe diz: “Mulher, não chores”. E, a seguir, ressuscita o morto. Lágrimas de mãe que perde o filho não são um universo de dor?
Então Deus fez as lágrimas, como fez os mundos. Fê-las maiores por dentro do que por fora: por fora, uma gota; por dentro, um universo – só Deus poderia realizar esse milagre. E para quê? Para suavizar a dor. Para diluí-la.
Antonio Sales disse bem, em ‘cantigas’:

Quando a alma a dor não comporta, chora, que assim tua mágoa se tornará menos forte.
- a dor é solúvel n’água...


Houve um homem que fez das lágrimas um universo de dor – esse, sim, um universo de dor: Jesus. Ele chorou três vezes, segundo os evangelhos. Chorou diante de Jerusalém, a cidade rebelde. Rebelde porque o rejeitou: Cristo foi crucificado em Jerusalém. E Jesus viu o resultado dessa incredulidade: a cidade Santa sitiada pelas tropas de Tito no ano LXX d.C. Mães comendo os próprios filhos. O templo incendiado. Diante daquele quadro apocalíptico que poderia Jesus fazer senão chorar?
Ele chorou diante do Tumulo de Lázaro, a quem iria ressuscitar. Chorou vendo as irmãs do morto chorar. Chorou porque amava aquela família a quem não podia ver chorar.
E chorou no Getsêmane. Não de medo, mas de sofrimento, tendo aos ombros, ainda que não no coração a carga imensa de nossos pecados. Nenhuma lágrima houve na terra que tivesse mais conteúdo que as lágrimas de Jesus.
Se Jesus chorou por quê não havemos nós de chorar também?
Lágrima não é vergonha. Pelo contrário, como escreveu Belmiro Braga:

Senhor, a lágrima é a maior esmola que Tu nos deste a nós, depois da prece”.

domingo, 23 de novembro de 2014

A nossa maior necessidade

Grande líder religioso dos tempos modernos escreveu que a nossa maior necessidade é fé em Deus. Isso esta de acordo com a palavra que diz “...esta é a vitória que vence o mundo, a nossa fé” (I Jo 5:4). Vivemos num mundo hostil ao bem em que satanás maneja os três poderes do mal: a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida e impele o homem a um viver contrário ao céu, só pela fé em Deus pode o homem alcançar a verdadeira vida, a vida que se projetará à eternidade.

Hoje a fé está em declínio na terra, muitos nem sequer crêem em Deus, mas mesmo os que confessam crer na existência de Deus não crêem nEle como um ser pessoal que esta interessado em nós, que ouve a oração, que cumpre promessas, que tem um programa para este mundo e zela pela sua execução.

Mas a fé é de vital importância, foi por falta de fé que o antigo povo escolhido deixou de alcançar os elevados bens que Deus tinha para eles. “Porque também a nós foram anunciadas as boas novas, como a eles, mas a palavra da pregação nada lhes aproveitou, porquanto não estava misturada com a fé naqueles que a ouviram” (Hb 4:2). A fé é essencial, ela nos move a confiar em Deus, a fazer prova daquilo que Deus nos promete.

Três filosofos foram convidados a opinar sobre uma certa substância, a substância era mel, porém, havia sido disfarçada de modo que não a reconheceram. O primeiro deles julgando-a pelo cheiro declarou que a substância deveria ser ácida; o segundo, apalpando-a achou-a semelhante ao sal e declarou que a substância deveria ser salgada. Perto dos três gigantes intelectuais estava uma menina pequena que interveio e disse eu sei que é doce porque provei.

Mas, como conseguir essa fé? Como ela pode ser alcançada? Lembremos, a fé não é cega, não é obsessão nem fanatismo, a fé tem um fundamento: as Escrituras Sagradas. Ela vem pelas declarações de Deus que as Escrituras encerram. A fé vem pelo ouvir e o ouvir pela Palavra de Deus (Rm 10:17).

Prezado leitor faze com fé o seu pedido a Deus crendo que Ele ouve a tua oração, que Ele cumpre a Sua promessa, verás que em pondo nEle a sua fé e lhe obedecendo em tudo serás mais que vencedor!



Um pensamento para a nova semana: vivei em contato com o Cristo vivo, conhecei o amor que Deus nos tem e nEle crede, esse amor é uma fortaleza inexpugnável contra os ataques de Satanás “Torre forte é o nome do SENHOR para ela correrá o justo e estará em alto retiro” (Pv 18:10).

domingo, 16 de novembro de 2014

Que monte é este?

Sim, o monte Sinai, onde os judeus iam  para adorar; para, através de Moisés ouvir a santa palavra de Deus.

Monte terrível; pois, ele fumegava e se alguém nele tocasse, morreria. (Êxodo 19:18) Havia lá uma santidade que de tão grande, fazia  separação entre Deus e o homem. (Isaías 59:2)

O pecado sempre afasta o homem de Deus. Toda vez que o homem peca, algo morre dentro dele: “Porque o salário do pecado é a morte” (Romanos 6:23) A pessoa  que se encontra doente é porque algo dentro dela morreu; se o pâncreas “morreu”, deixou de funcionar,  a pessoa contrai diabetes.

Só que quem crê em Jesus ainda que esteja morto viverá diz o texto de João 11:25. Se você crê, aquele órgão do seu corpo que parou de funcionar, volta a vida e consequentemente você voltará a ter plena saúde! “pelas feridas de Jesus nós fomos sarados” (Isaías 53:4-5)

Mas, o nosso assunto é o monte, só que agora falaremos do monte Calvário, onde o Senhor Jesus deu a sua vida para que tenhamos vida e vida com abundância. (João 10:10) Monte santo, mas sem as restrições que havia no outro: o monte Sinai.

Monte da cruz, cruz ímpar; sem igual. Cruz de nosso Senhor, que fez a ligação entre a terra e o céu; na horizontal, ele fez ligação com o homem; na vertical, com Deus, unindo o homem a Deus, pois, separado de Deus o homem definha, desfalece e morre. O distanciamento de Deus tem feito o homem viver pior que os animais selvagens, matando e sendo morto, quando Deus é vida!

Monte no Gólgota, monte do amor de Deus para com a humanidade caída.

Monte caveira, monte que traz salvação para quem crê. Creia no filho de Deus que no monte caveira trouxe vida para todos os homens, sem a necessidade de penitências, de sacrifícios, basta crer: todo aquele que crê tem a vida eterna. (João 3:36)

Queres crer ou continuar a fazer sacrifício de tolo? Deus não se agrada de sacrifício, Deus se agrada da fé. Quem tem fé agrada ao Senhor. Sem fé é impossível agradar-lhe, pois é necessário que aquele que se aproxima de Deus, creia que ele existe e que é galardoador dos que o buscam. (Hebreus 11:6)

domingo, 9 de novembro de 2014

Inabalável

“A cruz ainda firme está, aleluia e para sempre ficará, aleluia! Pois o inferno trabalhou, satanás rancor mostrou, mas ninguém a derribou... aleluia!”

Aleluia pela cruz! A cruz do Senhor Jesus. Cruz impar; pois não há outra igual e jamais haverá. Cruz na qual o Senhor venceu; venceu não, esmagou a cabeça da Serpente! Deus havia prometido lá no Éden ao primeiro casal, dirigindo-se a Eva: ‘de ti sairá um que esmagará a cabeça da Serpente; o que de fato aconteceu.

No deserto, quando uma víbora acometia alguém em uma picada, a pessoa morreria fatalmente se não olhasse, por si só, para a serpente erigida por Moisés, uma serpente que ao olhar para ela a pessoa estaria à salvo da morte iminente.

A serpente era uma praga pela desobediência do povo. Hoje, diante da desobediência também muitos estão sendo mordidos pela Serpente. “e, como Moisés levantou a serpente no deserto, assim importa que o Filho do homem seja levantado, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna”. (João 3:14-15)

Ele foi levantado e a todos atraiu a Si, na cruz, na cruz do calvário.

Ali no Gólgota deu sua vida para a salvação de todo aquele que nele crer.

Pensavam que o tinham matado; mas não, Ele deu a sua vida, ele mesmo disse: eu dou a minha vida e torno a tomá-la, essa prerrogativa me foi dada por meu Pai. Ninguém abalou a firmeza da cruz – A cruz ainda firme está!

Pregamos a mensagem da cruz que é loucura para os gregos e escândalo para os judeus, mas para nós os que cremos, o poder de Deus, salvação real para todo aquele que crê! (1 Coríntios 1:23)

Salvação, só na cruz de Jesus. Ele se fez maldito para que nós sejamos benditos; ele se fez pobre, para enriquecer a muitos – Ele, a salvação de Deus para o perdido. Ela continua inabalável; ninguém a pode calar nem o extinto comunismo, nem qualquer outra ideologia.

Aleluia pela cruz!!!

domingo, 2 de novembro de 2014

As três cruzes

    Há três cruzes no Calvário: A cruz à direita – zombaria. “Se tu és o Cristo, salva-te a ti mesmo e a nós” (Lc 23:39).

    A cruz à esquerda – arrependimento e fé: “e disse a Jesus Senhor: lembra-te de mim quando entrares no teu reino” (Lc 23:42).
E a cruz do centro – sofrimento vicário: o sofrimento de nosso Senhor por nós.

    Hoje ainda há três cruzes: os que zombam do evangelho, desconhecendo ser o Poder de Deus para a salvação do que crê (Rm 1:16). Não sabendo que não há outro meio de aproximação a Deus, senão por Ele: Jesus. Zombar é sinal de ignorância, de prova cabal de falta de conhecimento. Zombar é sinal de inferioridade. De baixeza. Zombar do evangelho é zombar do próprio Senhor Jesus, que o instituiu. É Ele o fundador do cristianismo. Jesus deu Sua vida ali no Gólgota, deixando assim o selo máximo de seu amor pelos perdidos, através do Evangelho. Aceitar o evangelho, a graça de Deus revelada em Jesus, é compenetrar-se do seu estado lastimável diante de Deus em arrependimento. A maior prova de arrependimento é a renúncia própria. É deixar de praticar os delitos de antes, aceitando a graça de Deus pela fé. E a fé vem de Deus, o homem por si só não pode ter fé.


    Fé é uma graça subjetiva: Deus em nós, enquanto que a cruz é uma graça objetiva: Deus por nós.

    Fé é Graça. Dom de Deus. Ninguém tem mais fé por ser mais simpático ou bonzinho. E ninguém tem menos fé por ser antipático ou feio. Fé é Deus em nós. O ladrão da cruz arrependeu-se e com fé declarou: “e nós, na verdade, com justiça, porque recebemos o que nossos feitos mereciam: mas este (referindo-se a Jesus, nenhum mal fez)” (Lc 23:41). Com o efeito do arrependimento ele já repreendera o outro impenitente, que não aceitou o perdão do Senhor, rejeitando a salvação. Diz o texto: “tu nem ainda temes a Deus estando na mesma condenação” (Lc 23:40). A pessoa salva movida pelo efeito do arrependimento procura levar outras pessoas ao arrependimento, à salvação.

    Aquele malfeitor, agora salvo, tornou-se num átimo pregador do evangelho: diante do que rejeitara e de toda a multidão. Mesmo sem ter cursado um seminário, ele evangelizou. E o Senhor afirma-lhe enfaticamente: “em verdade te digo que hoje estarás comigo no paraíso” (Lc 23:43).

    Agora, a cruz de Cristo. Cruz impar; porque não tem par, mesmo no meio de muitas cruzes. Cruz de verdade, não de mentira. Cruz que foi instrumento de suplício. Rude. Grosseira. Duas peças de madeira atravessadas uma sobre a outra. Manchada de sangue. Cruz igual a qualquer outra destinada ao mesmo fim: “e, quando chegaram ao lugar chamado caveira, o crucificaram...” (Lc 23:33). A cruz, que para os judeus é escândalo e os gregos consideravam-na na loucura. E, para Deus o crucificado era maldito: “maldito todo aquele que for pendurado no madeiro” (Dt 21:23).

    A cruz de Cristo foi, assim, suplicio e maldição. Mais, porém do que qualquer outra. Porque quanto ao suplício Ele não merecia. Por ser inocente? Não. Por ser santo. Imaculado. E quanto à maldição – Ele se fez por nós. Por todos nós. Maldição não de um, mas de todos os homens.

    Aceitemos então o Seu sofrimento em nosso lugar. Por nós!