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domingo, 12 de agosto de 2018

Redondas como os mundos

Foi o poeta português A. Correia de Oliveira que disse:

São um universo
De dor e são redondas como os mundos
”.

De fato: o que há de impressionante numa lágrima é o tamanho. Tamanho de uma gota. De uma gota apenas. Mas, onde cabe um mundo de dor. Ou um universo de dor, como escreveu o poeta. Microcosmos. É possível que em tão pouco espaço possa caber a dor de um pai humilhado pela traição do filho? Aconteceu com Davi, rei de Israel, seu Absalão conspirou e conseguiu despojá-lo do trono. Davi, descalço, a cabeça coberta, entrou em Jerusalém, subindo o Monte das Oliveira e chorando. O povo seguia-o chorando também – que dor haveria maior que essa, que cabe numa lágrima?
Jesus cruzando com um acompanhamento fúnebre. Atrás do esquife uma mulher chora, desgrenhada, a morte do filho, até que Jesus lhe diz: “Mulher, não chores”. E, a seguir, ressuscita o morto. Lágrimas de mãe que perde o filho não são um universo de dor?
Então Deus fez as lágrimas, como fez os mundos. Fê-las maiores por dentro do que por fora: por fora, uma gota; por dentro, um universo – só Deus poderia realizar esse milagre. E para quê? Para suavizar a dor. Para diluí-la.
Antonio Sales disse bem, em ‘cantigas’:

Quando a alma a dor não comporta, chora, que assim tua mágoa se tornará menos forte.
- a dor é solúvel n’água...


Houve um homem que fez das lágrimas um universo de dor – esse, sim, um universo de dor: Jesus. Ele chorou três vezes, segundo os evangelhos. Chorou diante de Jerusalém, a cidade rebelde. Rebelde porque o rejeitou: Cristo foi crucificado em Jerusalém. E Jesus viu o resultado dessa incredulidade: a cidade Santa sitiada pelas tropas de Tito no ano LXX d.C. Mães comendo os próprios filhos. O templo incendiado. Diante daquele quadro apocalíptico que poderia Jesus fazer senão chorar?
Ele chorou diante do Tumulo de Lázaro, a quem iria ressuscitar. Chorou vendo as irmãs do morto chorar. Chorou porque amava aquela família a quem não podia ver chorar.
E chorou no Getsêmane. Não de medo, mas de sofrimento, tendo aos ombros, ainda que não no coração a carga imensa de nossos pecados. Nenhuma lágrima houve na terra que tivesse mais conteúdo que as lágrimas de Jesus.
Se Jesus chorou por quê não havemos nós de chorar também?
Lágrima não é vergonha. Pelo contrário, como escreveu Belmiro Braga:

Senhor, a lágrima é a maior esmola que Tu nos deste a nós, depois da prece”.

domingo, 5 de agosto de 2018

Deus tem um plano


Se para as estrelas, Ele deu imenso firmamento; se para os rios, Ele deu os leitos, para o homem, Ele tem um plano. Mas, que plano? Plano de salvação. Ele deseja salvar o homem. O homem por obstinação desviou-se de Deus. Transgrediu. Prevaricou. Pecou. Como resultado dessa sedição a Deus, apareceu a morte. Nasceu a morte! “tão certo como a justiça conduz para a vida, assim o que segue o mal, assim para a sua morte o faz” (Prov.11:19). O pecado gera a morte! Sabemos que entre Deus e o homem havia comunhão. Deus o visitava todos os dias. “E, ouviram a voz do Senhor Deus que passeava no jardim pela viração do dia. E escondendo-se Adão e sua mulher da presença do Senhor Deus, entre as arvores do jardim” (Gê 3:8). Após a transgressão não havia mais comunhão entre Deus e o homem. O pecado separa o homem de Deus. Adão, ao ter consciência do pecado, logo foge, ou melhor, busca fugir, da presença do Senhor Deus. Que pena! O pecado foi quem o coagiu a isso. Deus viu que o homem não pode viver longe, distante dEle, e por isso Providenciou um plano de salvação para o homem. Um meio de tornar a ligar o homem consigo. O homem, como já dissemos desligou-se de Deus pelo pecado. Mas, Deus é amor! Não deixou o homem perecer: “porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu seu Filho unigênito, para que todo aquele que nEle crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3:16). Só depende do próprio homem sua salvação. Se aceita o plano de Deus, é salvo; se rejeita, é condenado.
O homem quis perder-se. Mesmo assim o amor de Deus o alcançou. Esse amor imanente. O amor de Deus é amor imanente. “Deus prova o seu próprio amor para conosco, pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores” (Rm 5:8). O plano de Deus é salvar. Sim, salvar. Enviou o seu Filho único e todo suficiente salvador – Jesus para... buscar e salvar o perdido” (Lc 19:10). Então, porque não aceitar o plano de Deus? “porque Deus não nos destinou para a ira, mas para alcançar a salvação, mediante nosso Senhor Jesus Cristo (I Ts 5:9).