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domingo, 29 de dezembro de 2013

Junto ao poço

Numa cidade de Samaria: Sicar. Tendo necessidade por ali passar, Jesus pára junto a uma herdade que Jacó tinha dado a seu filho José. O trecho sagrado assim registra: “e estava ali uma fonte de Jacó. Jesus, pois, cansado do caminho; assentou-se assim junto a fonte” (João 4:6). Então, vem a mulher para tirar água e Jesus pede a ela “dá-me de beber”. Ora, samaritano não se compunha com judeu. Era natural o judeu desprezar o samaritano, por motivo diversos, dentre eles o fato de (os samaritanos) resultarem da mistura de judeu com outras raças, outra linhagens. O que ocorre é que Jesus não sofria de xenofobia. Ele ama a todos.

Com o pedido de Jesus, ela logo se identifica: “como sendo tu judeu, me pedes de beber a mim, que sou mulher samaritana?” (João 4:9). Jesus mostra-lhe que seu intuito é supremo.

Não só matar a sede do corpo, mas algo superior. Não adianta matar a sede do corpo e deixar a alma sedenta. A mulher, após breve diálogo com o Mestre, pede a Ele água, pensando não tornar ao poço, pensava ela tratar-se de algo material. Jesus foi além, muito além. “Vai, chama o teu marido e vem cá” (João 4:16). A mulher tivera cinco maridos e o que agora tinha não era. “Disseste bem: não tenho marido”. Agora, quem identifica-se é o Senhor Jesus, pois diante do ocorrido a mulher exclama: “Senhor, vejo que és profeta!!!” (João 4:19). Ela não o tem, agora, como simples judeu, pois reconhece-O Senhor. Neste insólito encontro, abrem-se dois mundos para o evangelho: o mundo dos judeus, pois reconheceu-o como Senhor e o mundo dos samaritanos – ambos carecem de Jesus. A mulher crê que Jesus é o messias que havia de vir ao mundo e traz ao pé dEle uma cidade inteira. Deixa o cântaro e começa a preocupar com as coisas espirituais.

Assim precisamos fazer: deixar um pouco das coisas seculares e buscar as coisas que são de cima – as espirituais.

Junto ao poço, que lugar mais lindo! Onde Jesus com seu amor alcança alguém aprisionada por densas trevas, mas que logo são dissipadas.

Jesus é a luz do mundo. Ela julgara impossível encetar diálogo com Jesus, por suas condições de trevas; mas ao deparar-se com a luz de Jesus logo trava o mais importante diálogo de sua vida. Veio luz ao seu entendimento: “mas aquele que beber da água que eu lhe der nunca terá sede, porque a água que eu lhe der se fará nele uma fonte de água que salte para a vida eterna”. (João 4: 14).

“Aquele que me segue não andará em trevas, mas terá a luz da vida” (Jesus Cristo).

domingo, 22 de dezembro de 2013

Não havia lugar

Da parte de Cesar Augusto, saiu um decreto para que todo mundo se alistasse. E todos iam alistar-se cada um à sua própria cidade. “E subiu também José da Galiléia, da cidade de Nazaré, à Judéia, à cidade de Davi, chama Belém” (Lucas 2:4). José viera com sua esposa para o mesmo fim: alistar-se. “E aconteceu que, estando eles ali, se cumpriram os dias em que ela havia de dar a luz” (Lucas 2:6). Maria, por obra e Graça do Espírito Santo havia de conceber o Filho de Deus – Emanuel. Acontece que não havia lugar. Sim não havia lugar na estalagem. Quem sabe, se houvesse hotel, também não havia lugar. Nas casas, não havia lugar. Não havia lugar no palácio para Jesus nascer. Na casa humilde, também não havia. Onde nasceria Jesus? Numa manjedoura. Haveria um lugar mais humilde? Um rei nascendo numa manjedoura! Rei não; Rei dos Reis e Senhor dos Senhores. Creio ser por isso que os judeus não creram nEle. Onde já se viu um Rei nascer onde nascem os animais!!! Uma criança pergunta a sua mamãe: “Jesus nasceu numa manjedoura porque não havia lugar na estalagem, não é? A mãe responde: ‘sim não havia lugar. Ao que a criança replica: ‘a professora da escola dominical disse de Jesus irá voltar outra vez, mamãe, não lhe deixe ficar de fora, eu dou a minha caminha para Ele.” Convém notar que ninguém cedeu um lugar para o Senhor Jesus Cristo. O único lugar era na estrebaria, numa manjedoura.

Meu prezado amigo e caro leitor; Jesus hoje deseja habitar, não em casa feita por mãos de homens, mas em seu coração e no meu coração. Não venhamos a deixar Jesus do lado de fora. Abramos a porta do nosso coração para nele entrar. “Eis que estou à porta, e bato: se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa, e com ele cearei e ele comigo” (Apocalipse 3:20). Jesus, agora, não precisa mais de uma estalagem, não precisa de um palácio: Jesus quer morar no coração do homem, por isso Ele desceu para morar no nosso coração.

Hoje há lugar: no coração.

domingo, 15 de dezembro de 2013

“Nínive será subvertida”

Deus havia dito ao profeta fujão: ‘levanta-te, vai a grande cidade de Nínive e clama contra ela, porque a sua malícia subiu até mim.’ (Jonas 1:2) De princípio parecia uma missão impossível, pois, o que se sabia de Nínive é que era uma cidade de gente muito má, que era capaz de trucidar seus adversários e inimigos colocando-os espetados em um pau.

Deus disse: prega o arrependimento à essa gente. Pensando no que ele haveria de enfrentar, tratou de fugir da presença do Senhor. Desce até Jope e de lá para Tarcis em um navio.

Estando no navio desce mais ainda, indo para o fundo do navio. Acontece um maremoto e uma tormenta grande no mar; como resultado disso ele, o profeta Jonas logo é jogado ao mar e lá vai ele mais para o fundo ainda; agora, para o fundo do mar. O homem quando decide desobedecer ao Senhor vai só para o fundo descendo, descendo...

O Senhor manda um grande peixe para dar carona para o Jonas até o destino que o Altíssimo queria que ele fosse. Em lá chegando, o grande peixe lança-o fora para que ele, finalmente obedeça ao Senhor. Entra na cidade e prega: arrependei-vos senão o Senhor vai subverter esta cidade com tudo o que nela há. O rei logo convoca um jejum onde até os animais jejuam. Imagine a galinha tendo que jejuar! Mas, foi assim que logo todos caíram em si e perceberam que o melhor é obedecer do que sacrificar. O texto é enfático: “ainda quarenta dias, e Nínive será subvertida”. (Jonas 3:4) Só que todos, se arrependeram e creram na pregação do profeta e Deus mudou a sorte daquela cidade. Hoje, precisamos deixar a malícia, a maldade e o pecado que tão de perto nos assedia e correr a carreira cristã, proposta pelo Senhor Jesus, pois em assim sendo teremos o perdão de Deus e a certeza da vida eterna.


Jesus é o perdão de Deus para o homem penitente; receba Jesus.

domingo, 8 de dezembro de 2013

Redondas como os mundos

Foi o poeta português A. Correia de Oliveira que disse:

São um universo
De dor e são redondas como os mundos
”.

De fato: o que há de impressionante numa lágrima é o tamanho. Tamanho de uma gota. De uma gota apenas. Mas, onde cabe um mundo de dor. Ou um universo de dor, como escreveu o poeta. Microcosmos. É possível que em tão pouco espaço possa caber a dor de um pai humilhado pela traição do filho? Aconteceu com Davi, rei de Israel, seu Absalão conspirou e conseguiu despojá-lo do trono. Davi, descalço, a cabeça coberta, entrou em Jerusalém, subindo o Monte das Oliveira e chorando. O povo seguia-o chorando também – que dor haveria maior que essa, que cabe numa lágrima?
Jesus cruzando com um acompanhamento fúnebre. Atrás do esquife uma mulher chora, desgrenhada, a morte do filho, até que Jesus lhe diz: “Mulher, não chores”. E, a seguir, ressuscita o morto. Lágrimas de mãe que perde o filho não são um universo de dor?
Então Deus fez as lágrimas, como fez os mundos. Fê-las maiores por dentro do que por fora: por fora, uma gota; por dentro, um universo – só Deus poderia realizar esse milagre. E para quê? Para suavizar a dor. Para diluí-la.
Antonio Sales disse bem, em ‘cantigas’:

Quando a alma a dor não comporta, chora, que assim tua mágoa se tornará menos forte.
- a dor é solúvel n’água...


Houve um homem que fez das lágrimas um universo de dor – esse, sim, um universo de dor: Jesus. Ele chorou três vezes, segundo os evangelhos. Chorou diante de Jerusalém, a cidade rebelde. Rebelde porque o rejeitou: Cristo foi crucificado em Jerusalém. E Jesus viu o resultado dessa incredulidade: a cidade Santa sitiada pelas tropas de Tito no ano LXX d.C. Mães comendo os próprios filhos. O templo incendiado. Diante daquele quadro apocalíptico que poderia Jesus fazer senão chorar?
Ele chorou diante do Tumulo de Lázaro, a quem iria ressuscitar. Chorou vendo as irmãs do morto chorar. Chorou porque amava aquela família a quem não podia ver chorar.
E chorou no Getsêmane. Não de medo, mas de sofrimento, tendo aos ombros, ainda que não no coração a carga imensa de nossos pecados. Nenhuma lágrima houve na terra que tivesse mais conteúdo que as lágrimas de Jesus.
Se Jesus chorou por quê não havemos nós de chorar também?
Lágrima não é vergonha. Pelo contrário, como escreveu Belmiro Braga:

Senhor, a lágrima é a maior esmola que Tu nos deste a nós, depois da prece”.

domingo, 1 de dezembro de 2013

A fé que opera

Há muitas vozes no mundo. Hoje somos mais que sete bilhões de pessoas no planeta Terra. Naturalmente, muitos falam e muitos ouvem.

São muitas vozes no total. Mas, o que isso tem a ver com o que quero aqui aventar? Só que muitas vezes se fala muito e pouco se ouve. Poderíamos aprender com a natureza, pois Deus nos deu dois ouvidos e apenas uma boca: deveríamos ouvir mais e falar menos.

Hoje há muitas pessoas depressivas, pessoas tristes, pessoas com problemas no casamento, pessoas com problemas nas finanças... e porquê estão assim? Porque deram ouvidos ao maligno, as pessoas que são asseclas do maligno – e quando falam algo é, sem perceber, algo que fará mal a quem as ouve; ainda que de modo sutil, mas fará algum mal.

Então, a quem devemos ouvir? Temos de ouvir a voz da fé, sempre a voz da fé e nunca a voz do fracasso, a voz da dúvida, a voz da insegurança. A fé ergue as pessoas. A fé levanta ao que está caído. A fé levanta do monturo o necessitado. A fé opera milagres. Milagres jamais visto por quem quer que seja... o pródigo disse: ‘levantar-me ei e irei ter com meu pai’, disse bem, pois o homem longe de Deus está caído, é mister levantar-se e arrependido voltar ao seio do Pai; meia volta e retornar ao seu regaço. Mas, para isso é necessário o concurso da fé – a fé que opera.

Como adquirir tal fé a ponto de conseguir se livrar dessas armadilhas que o maligno prepara? A fé vem pelo ouvir e o ouvir pela palavra de Deus. A palavra de Deus que é viva e eficaz. Viva não é uma coisa morta, e eficaz, pois funciona, pois pode nos valer.

Com ela adeus as doenças, adeus as dificuldades, adeus a desarmonia no lar, adeus a falta de paz...


Sem fé é impossível agradar a Deus, pois, é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe e que é galardoador de todos aqueles que o buscam.